Fé
Numa das fases emocionalmente mais exigentes da minha vida, apercebi-me que não tinha qualquer religião, não me identificava com nenhuma crença em específico, com nenhuma entidade ou figura espiritual. Não tinha quaisquer crenças divinas ou superiores.
…cresce em mim a necessidade urgente de acreditar em algo.
Nunca fui de aceitar o que não via, não conhecia ou reconhecia como real, palpável, visível. Acho que posso dizer que não tinha qualquer tipo de fé.
Mas sentia cada vez mais uma enorme falta de apoio, de conforto, de sentir que há algo além de mim e do que conheço.
Os temas da vida e da morte estavam cada vez mais presentes mas sem qualquer sentido, justificação ou aparente propósito.
Sentia no peito um enorme vazio.
Partilhei esta sensação. Pedi opiniões. Expus-me.
Com o tempo tudo ficou menos emotivo, mais claro. As emoções foram atenuando mas nunca desapareceram por completo. E quando alguém próximo morre tudo é questionado e o que parecia resolvido reaparece e invade os pensamentos e o porquê da vida e da morte…Do caminho…Da meta…Da razão.
Ao longo deste curso a minha visão mudou. Comecei a acreditar, a sentir que faço parte de algo maior, completo e perfeito. Que tudo é possível e que se me senti perdida ou abandonada foi para depois me encontrar verdadeiramente.
Há algo além do que vejo. A verdade é o que sinto e para isso basta somente, libertar-me e permitir-me sentir e ser, só SER.
Este sentimento de coragem e força, de certeza e confiança, de perfeição e aceitação veio até mim quando realmente estava preparada para o sentir.
Não procurei, não fui obrigada, não me impuseram nada, ninguém me tentou influenciar.
Simplesmente aconteceu.
Gratidão,
moXo
050518