Há momentos em que percebemos que nada mais há a fazer.

Aquela pessoa já não está cá, estando…

Fui vê-la, ansiosa e nervosa. Sentia que tinha de ser, não dava para prolongar mais. Intuição.

Deitada, numa marquesa, só, fria, longe. Não sabe quem eu sou. Ouve? Fala sem sentido.

Percebo que já não é ela. Abandonada.

Uma pena, leve, leve…pronta a voar.

Interrogo-me o que fazer? Falo, pergunto, peço ajuda. Dizem-me que devo aguardar. Esperar. O tempo poderá fazer melhorar. Sem saber o que dizer ou fazer, resigno-me. Calo-me.

Despeço-me. Toco-lhe. Digo que está tudo bem. Encorajo.

Saio e sei que nada mais há a fazer.

Angústia, revolta, indignação.

É o fim.

Nunca mais voltei a vê-la. Avó.

13 Dezembro 2016

Gratidão,

moXo